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O Gosto Amargo do Açúcar

  • Foto do escritor: Daiana Bitencourt
    Daiana Bitencourt
  • 4 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura


Pesquisadores das universidades de Princeton e Minnesota, nos Estados Unidos, comprovaram que o consumo sistemático de açúcar leva à compulsão e à síndrome de abstinência.

Considerado por alguns como uma droga tão viciante quanto o álcool, a heroína e a morfina, o açúcar branco refinado é destrutivo e esconde por trás de seu doce paladar uma verdadeira ilusão para a saúde e, à medida que vão sendo realizadas pesquisas sobre esse tema, são descobertas novas consequências prejudiciais da ingestão de açúcar.

Cientistas já identificaram as áreas do cérebro ativadas pela ingestão de doces e descobriram que são as mesmas relacionadas ao vício em drogas, o que comprova a real capacidade viciante do açúcar.

O alerta veio na década de 70 após o lançamento do livro do jornalista norte-americano William Dufty, intitulado Sugar Blues (expressão idiomática da língua inglesa que significa depressão, múltiplas penúrias físicas e mentais causada pelo consumo de sacarose refinada, comumente chamada de açúcar). O livro trouxe uma nova forma de pensarmos na real necessidade de termos à mesa tantos alimentos com alto teor de açúcar refinado.

Estudos alertam sobre o aumento vertiginoso do consumo de açúcar, aconselhando quem usa em excesso diminuir o consumo ou até mesmo considerar retirar esse ingrediente da dieta, visto que o açúcar não tem em seu conteúdo nenhum teor nutricional, o que chamamos de caloria vazia, pois só tem carboidrato e não traz nada de benefício para o corpo. O problema é que em vez de diminuir, o uso tem aumentado.

Por ser um produto barato e deixar os alimentos mais saborosos, a indústria tem usado cada vez mais, especialmente em refrigerantes, sorvetes, bolos, biscoitos e leite condensado. Infelizmente, as crianças são as maiores vítimas desses produtos industrializados sobrecarregados de açúcar. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde propõe o consumo total de açúcar a 10% da caloria diária, incluindo o açúcar “invisível", aquele em que as pessoas mal se dão conta de que o estão ingerindo, porém encontra-se presente na quase totalidade dos alimentos, principalmente nos industrializados.

Estudos apontam que esta é uma das razões do aumento do número de casos de obesidade e várias outras doenças associadas a ela. E como isso ocorre? O açúcar é o maior estimulador da produção de insulina. Desta forma, o aumento da taxa de glicose no sangue faz o pâncreas produzir e liberar na circulação mais insulina. Essa insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e, com a maior ingestão de açúcar, mais ele trabalha, sobrecarregando-o e levando-o a uma possível falha a longo prazo. Além disso, a produção excessiva de insulina traz consequências para o organismo como o aumento da pressão arterial. A insulina faz com que o açúcar na circulação sanguínea seja rapidamente levado para dentro das células e, quando a ingestão de açúcar é muito grande e ultrapassa a capacidade de estocagem de glicose nos músculos e fígado, a glicose é transformada em gordura para ser armazenada no tecido adiposo, levando ao risco de obesidade.

Além da obesidade, o aumento do tecido adiposo provoca no organismo uma resistência à ação da insulina, o que leva a uma necessidade cada vez maior da sua produção. Quando essa resistência à insulina ultrapassa a capacidade de sua produção pelo pâncreas, ocorre o acúmulo de glicose no sangue, surgindo então o diabetes.

Indiretamente, o consumo excessivo de açúcar causa outros danos visto que ele “rouba” minerais do organismo como cálcio, magnésio e ferro, causando uma desordem metabólica.

Entretanto, talvez o maior malefício que o excesso de açúcar pode causar seja a dependência, pois, quanto mais seu organismo está intoxicado, mais deseja açúcar, levando-o a uma fraqueza física, mental e emocional.

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