A Epigenética – TRAUMA TRANSGERACIONAL
- Daiana Bitencourt

- 24 de abr. de 2019
- 2 min de leitura

Um dos assuntos que mais gosto de estudar sem dúvidas é a Epigenética. Não por ser um assunto relativamente novo ou por estar na moda, mas sim pela possibilidade de trazer para os pesquisadores da área médica e afins, inúmeras respostas a questões que, até pouco tempo atrás, não tínhamos respostas.
O que é Epigenética? A epigenética é um termo que se refere a modificações do genoma que são herdadas pelas próximas gerações, mas que não alteram a sequência do DNA. Por muitos anos, acreditava-se que os únicos responsáveis por passar as características biológicas de uma geração à outra eram os genes. Porém, hoje existem várias evidências moleculares da existência de uma herança não-genética ou epigenéticas adquiridas durante a vida que podem ser transmitidas aos seus descendentes. Existem evidências científicas mostrando que através da herança epigenética um organismo pode ajustar a expressão gênica de acordo com o ambiente onde vive, sem mudanças no seu genoma, isto é, hábitos da vida e o ambiente social em que uma pessoa está inserida podem modificar o funcionamento de seus genes, assim, como experiências vividas pelos pais (dieta, maus tratos, guerras, fome, abandono) podem ser transmitidas para as gerações futuras. Nesse sentido, será que os traumas podem ser herdados? Esta resposta está no estudo do trauma transgeracional.
O que é Trauma Transgeracional? É um impacto, uma transferência na qual a dor emocional, física ou social sofrida por uma pessoa em um dado momento é transmitida às novas gerações. O estudo da epigenética teve inicio posteriormente à Segunda Guerra Mundial, pois foi nesse período que vários trabalhos conseguiram comprovar como as gerações seguintes aos sobreviventes do Holocausto apresentavam comportamentos nos quais evidenciava-se o estresse pós-traumático dos antepassados se refletindo nas gerações seguintes. Conclui-se, por conseguinte, que o trauma não enfrentado impacta na genética. No entanto, assumir que os traumas também estão inscritos nos cromossomos de uma mesma linhagem familiar é, sem dúvida, algo bem difícil de acreditar, porém isso é explicado por um pequeno “rótulo” químico denominado “epigenoma”. O que esse minúsculo elemento faz é tão fascinante quanto impactante: ele modifica a expressão de determinados genes em função das variáveis.




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